10/06/2008

O QUE SERÁ?

O que será?
Existe um sentimento que não o sei explicar
Só sei como o praticar.

O que será que eu sinto por uma pessoa?
Neste meu mundo este sentimento é amor
Mas no deles pode ser rancor .

Sei que no meu mundo já amei muita gente
Que as continuo a amar.

No meu mundo há vários tipos de amor
Mas há um que eu não o sei explicar.

Sei que lá fora muita gente sente o mesmo que eu
E muitos deles vivem felizes

Será que eu não posso ter a mesma felicidade?

Eu não sei como expressar o que sinto
Mas eu sei que mesmo sem as outras pessoas saberem
O que eu sinto eu sei que é o ... AMOR.

Texto realizado por Catarina Ramos, 8ºA

CONTO MUSICAL

Si: Dó, toca uma balada para nós.
: Hoje estou muito grave.
Si: Grave?! Mas aconteceu algum acidente grave?
: Tenho que ser afinado.
Si: Toca lá.
: Chamaram-me?
: Não. Já agora, o que é que estavas a fazer?
: Estava a apanhar sol.
Sol: Estava a apanhar o quê?! Mas eu sou alguma cenoura para ser apanhado?
: Não é isso. Os raios de sol estavam a vir contra mim.
Mi: olá. Tudo bem? Estavam a falar da minha pessoa? Oppsss, da minha nota?
Si: Vocês hoje saíram-me na rifa. Então! Calaste-te Dó?! Fala…fala…FAAAA…
: Não era necessário gritar. Agora que reparei, está tudo reunido. Só falta o Ré.
: Olá. Desculpem chegar atrasado. Fui ao Hipermusicado comprar um “Listen”, da Beyonce.
: Rápido! Despachem-se. Temos que ser reproduzidos na Rádio.




texto realizado por Ângelo Marques, do 8ºC

08/06/2008

CONTO CULINÁRIO: "Bolo à Gramática"

O Senhor Verbo era o melhor pasteleiro do mundo da Gramática; o pior é que ninguém o conhecia!
A sua melhor especialidade era o “Bolo à Gramática”.
Certo dia, o Senhor Verbo pôs a sua coragem em plural e inscreveu-se num concurso culinário, e conseguiu ser apurado.
Chegou o dia do concurso e pouco faltava para ouvir o seu nome a ser pronunciado.
-Verbo Principal, aproxime-se e conte-nos tudo sobre a sua receita maravilhosa. – disse a apresentadora.
-Vou aqui apresentar o meu “Bolo à Gramática”. – disse o Senhor Verbo, enquanto se instalava na bancada – Este bolo começa por levar quatro artigos bem indefinidos, cem gramas de preposições, quinhentas gramas de locuções e cento e vinte gramas de orações subordinadas. Numa tigela à parte, coloca-se vinte gramas de conjunções e cento e dez gramas de adjectivos, para dar mais sabor. E, agora, junta-se tudo, bate-se de forma masculina e põe-se no forno durante trinta pontos finais.
Passados os tais trinta pontos finais, chegara a hora da prova. O júri adorou o “Bolo à Gramática” do Senhor Verbo Principal e este ganhou o concurso, tornando-se num dos pasteleiros mais conhecidos do mundo da gramática.


texto por Márcia Grave, do 8ºA

O ANJO APANHADOR DE LUAS

Querido diário,
Venho relatar-te a grande aventura que vivi! Ainda estou fora de mim com o que me aconteceu!
Como sabes, estou de férias em Itália. Ao princípio, achei que estas férias iriam ser uma “seca”; só visitar museus e monumentos, mas, afinal, enganei-me. E bem!
Ontem, fui visitar um museu com os meus pais, eram só quadros e mais quadros, já stava a ficar farta, mas quando já estávamos no fim, e eu já estava a ficar contente por irmos embora, houve um quadro, de Francesco Musante, que me despertou algum interesse. Algum não! Imenso! Fiquei completamente fascinada e deslumbrada com o que estava a ver. Era realmente fantástico. O quadro representava prédios tortos, e um anjo, com uma taça, a apanhar luas. Tanto olhei, tanto olhei, que fui sugada para o interior do quadro.
Estranho? Muito.
Tudo aquilo me pareceu ainda mais estranho quando o anjo começa a falar comigo e pergunta-me se não o quero ajudar a cumprir a sua missão: apanhar todas aquelas luas. Eu respondi-lhe que sim e ele dá-me, de imediato, uma taça para a mão. Eu fiquei estupefacta com o que estava a fazer. Eu a apanhar luas?! Não dava para acreditar.
Apanhámos todas as luas que por ali haviam, e quando chegámos ao fim, o anjo agradeceu-me pela minha preciosa ajuda e disse-me que isto ficava em segredo. Era o nosso segredo.
Vim para fora do quadro e vejo os meus pais à minha procura. Fui ter com eles e, com um brilho nos olhos que era de notar, disse-lhes que tivera um pequeno incidente mas que estava tudo bem.


texto escrito por Andreia Silva, do 7ºD


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Um dia, fui com os meus pais a um museu onde havia muitos quadros. Nesse dia, houve um quadro que me surpreendeu; olhei fixamente para ele durante aproximadamente cinco minutos…
Quando dei por mim estava num planeta desconhecido, onde a noite dominava, e onde, por incrível que pareça, havia mais do que uma lua, as estrelas brilhavam e a casas estavam tortas.
Andei uma hora pela cidade e não encontrava ninguém até que vi um anjo sobre mim, a apanhar luas no céu. Perguntei-lhe se vivia ali alguém e a razão de ele estar a apanhar as luas.
Ele respondeu-me que de noite as pessoas ficavam transparentes e que de dia voltavam ao seu estado normal. Disse-me, ainda, que o seu dever era apanhar durante a noite as luas que estavam a mais naquele planeta.
Mandou-me subir para o seu bolso e foi lá que eu dormi.
Na manhã seguinte, apresentou-me todas as pessoas daquele planeta que eram bastante simpáticas e carinhosas.
Perguntei como conseguia voltar para o meu planeta e ele disse-me que tinha que mergulhar no Lago dos Encantos.
Levou-me até lá, despedi-me de todas as pessoas, uma por uma e, de seguida, mergulhei no lago. Pouco tempo depois, já estava no meu planeta, no museu com os meus pais.
Chegando a casa, contei tudo à minha família e aos meus amigos.
Um dia inesquecível, num mundo à parte.


texto escrito por Pedro Lourinhã, do 7ºD


* textos que resultaram da observação do quadro "Siful Regina delle Farfalle", de Francesco Musante.

O VIOLINISTA

Lá estava eu numa galeria de arte, com os meus pais, a observar um lindo quadro cujo nome era “O Violinista”, e o seu pintor tinha o nome de Chagall.
Mal sabia eu que aquele quadro era especial, e quando digo especial era mesmo especial!
Quando os meus pais decidiram afastar-se, eu, por curiosidade, toquei no quadro e…Zaappp! Quando dei por mim estava estendida no meio do chão, a escutar uma bela música, vinda do fundo da rua.
E eu que sou muito curiosa, decidi ver de que era ou quem a tocava; e foi aí que fiquei cara a cara com a mesma figura do quadro, “O Violinista”. Percebi, então, que estava dentro de uma obra de arte.
Perguntei ao violinista como podia eu sair dali.
Foi quando ele me disse que bastava ouvir a sua música inteira. E eu pensei que não fazia mal, mas ele, de seguida, disse-me que a música durava três dias.
E foi passando um dia, dois dias, até que, finalmente, acabou.
Despedi-me do violinista e agradeci-lhe por tudo o que ele tinha feito por mim.
Mal cheguei à galeria, fui contar à minha mãe o que tinha acontecido, mas ela disse-me que eu tinha sonhado.
Terá a minha mãe razão?!


texto produzido por Sara Ventura, do 7ºD
* Trabalho realizado com base na observação do quadro "O Violinista", de Chagall.

MENINA À JANELA

Às vezes, pergunto-me o porquê da solidão.
Às vezes, penso no mundo lá fora.
Às vezes, o olho lá para fora, através daquela janela rectangular.
Às vezes, olho para o mar e fico horas a admirá-lo.
Às vezes, penso no porquê de estar fechada naquele quarto.
Às vezes, apetece-me fugir mas não fujo.
Às vezes, tento suportar tudo mas não consigo.
Às vezes, penso no porquê de existirmos.
Às vezes, acho que tudo é um verdadeiro disparate.
Às vezes, olho através daquela janela e vejo que há mais coisas para além de mim…
Vejo um mundo em meu redor.

texto poético produzido por Tânia Nunes, do 7ºD
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O que significa viver

Estava à janela e pus-me a pensar
Porque será que tudo me corre mal

Olhei para a lua e tentei perceber
Qual será o significado de viver

Sem ter uma razoável explicação
Continuei nesta situação

Pensei para mim mesma
Porque é que tenho coração

Mais tarde percebi
Que a vida é mesmo assim

Às vezes estamos bem
Outras, nem por isso…

Mas tudo tem
Uma razão de ser

Talvez seja esse
O significado de VIVER!
texto poético realizado pela Bruna Bernardes, do 8ºA
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Vou-vos contar uma história de uma aventura minha que nunca julgariam ser possível e, possivelmente, não vão acreditar.
Aquele quadro sempre captou a minha atenção, não pela imagem ou textura, mas pelo sentimento que me fazia sentir: inexplicável.
E eu até nem ligo muito a obras de arte. Acontece que houve um dia em que ao debruçar-me no quadro caí…caí para o meio do odor das tintas, para o meio d`A Menina à Janela, e fui parar ao lado dessa rapariga. Ela parecia estar à minha espera, pois limitou-se a olhar para mim, sorrindo. Eu estava demasiado assustado para falar e olhei para a janea. Mas…esta estava na parede. Ali estava um quadro, um quadro a mostrar uma sala…que era a sala de onde eu caí.
- Não tenhas medo e vem para o meu lado, à janela. – disse a menina.
Eu, ainda receoso, nada disse, mas algo me dava vontade de lá ir…e fui.
Eram incríveis as sensações de uma janela à beira-mar, ainda para mais acompanhado. Mas decidi que estava no momento de voltar a casa. Virei-me para trás e tropecei, desta vez muito longe do quadro, e fui bater com a cabeça na mesinha de cabeceira, gritando de dor. Quando me levantei, estava de volta ao meu quarto, caído ao lado da cama. Percebi, de imediato, que fora tudo um sonho e que tinha caído da cama, batendo com a cabeça.
Um sonho demasiado real para ser verdade…
texto realizado por Gonçalo Louro, do 8ºC
* Textos realizados com base na observação do quadro: "Menina à Janela", de Salvador Dali.

A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA

A Máquina do Tempo
(No ano de 2014, o ano da revolução quando tudo se transformou em máquinas, a experiente professora Susana, que dava aulas ao 12ºD, na Emídio Navarro, fez uma descoberta fantástica: UMA MÁQUINA DO TEMPO! Com a qual se podia regressar a qualquer altura do tempo, desde que se tivesse um vestígio ou uma imagem antiga)

Profª. Susana – Hoje, no sumário, vocês vão pôr: “Correcção do T.P.C.: poesia feita por robots, caracterização do quadro de Salvador Dali, pela Máquina do Tempo.

Pedro Lourinhã – Vamos ter de corrigir agora? É que a caracterização pela máquina do tempo parece ser divertida.

Profª. Susana – Não. Só vamos corrigir no final da aula, se houver tempo. Bem, hoje temos aqui um quadro muito conhecido que se chama “Persistência da Memória”, de Salvador Dali; e nós mais a profª. De EV, vamos entrar no quadro com a máquina do tempo, que trouxe na última aula…

Ricardo Damas – Mas vamos lá fazer o quê?! (interrompe)

Profª. Susana – Calma, deixa-me falar. Vamos fazer um retrato físico da “Cidade do Tempo”, e vamos desenhar também!

Alunos – Boa!! (em uníssono)

Profª. Susana – Então vamos lá entrar, mas calmamente.

(Lá foram os alunos do 12ºD, um por um, para a viagem excitante)

Profª. Susana – Chegamos!

Frederico – Isto é tão grande!

Profª. Susana – È verdade; vá distribuam-se por grupos no máximo de cinco alunos.

(Toda a gente ficou em grupos e todos fizeram o trabalho, mas quando chegou a hora de regressar…)

Tânia – Onde está a máquina do tempo? Alguém a encontrou? “Já plantaste os juncos à beira do lago dos Encantos, meu filho”?!

AnaJá plantaste os juncos?! Isso é para Expressão Dramática!

Tãnia – Ah, pois é! É que era suposto a peça ser amanhã, mas nunca mais vamos sair daqui, por este andar.

(O 12ºD ficou lá quatro meses, sobrevivendo com comida que encontravam, até que conseguiram, finalmente, sair dali, por um lapso de sorte)

Profª. EV – Como é que conseguimos sair daqui?!

Frederico – Acho que fizemos umas manobras do filme MATRIX!

(Assim foi a aventura do 12ºD…e viveram felizes para sempre)
texto dramático produzido pelo Frederico Larsen, do 7ºD
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Eu me vejo no deserto
E nem ao menos acredito
Que lá o tempo é infinito

O tempo passa e eu não percebo
Sou apenas mais um sem destino ou pensamento
No deserto eu deliro
E por um instante
A minha vida perde o sentido

Se do meu deserto pessoal eu não me posso libertar
E no tempo não posso acreditar
O que resta para me confortar?


poema por Basílio Patrício, do 8ºA
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Tudo estava escuro,
Escuro como a noite,
Fui contra um muro,
Vi claridade,
Mas não fora graças à electricidade.

Ouvi um tic-tac,
Que se aproximava rapidamente,
Deu-me um ataque,
Quando finalmente vi,
O deserto à minha volta.

Vi as horas passarem
Nos relógios do outro mundo.
Pensava no meu lar
E no seu pacifismo profundo.

e… de repente
Chamou-me a minha atenção
Uma cara caída
No meio do chão.

Aproximei-me da cara
Adormecida eternamente.
Mas o relógio despertou,
E a cara acordou!

Acordei deste sonho.
Estava tudo escuro.
Escuro como a noite…

texto poético produzido pela Sara Pedro, do 8ºA

* poemas e texto dramático realizados com a observação do quadro "A Persistência da Memória", de Salvador Dali.

ACTUALIZAÇÃO DO EPISÓDIO: "Rebanhos do Sol"

Ainda os nossos “manos” da Grécia não estavam sem “stresses” quando chegaram a um novo “spot”.
Neste “spot” havia ”bué” rebanhos que eram do “King” Sol, o nosso sócio Ulisses lembrou-se logo dos mandamentos de Tirésias e dos dramas de Circe: evitar aquele “spot”!
Os “brothers” de Ulisses ficaram “bué” mal e “bué” indignados. Euríloco não se deixou levar pelo manhoso do Ulisses e disse:
- Ulisses, tu estás a “viajar na maionese” ou quê? Nós estamos todos assados - e a “flipar” ainda disse - Tu és um gajo todo “marado”; pensas que és “bué King”, mas és “bué chupadinho”; nós estamos estafados e fanados, queremos passar a “night” no “spot”.
- “People”, têm de prometer que não comem as criaturas, se não vão acontecer cenas “bué maradas”. -disse Ulisses.
Chegámos ao “spot” e adormecemos. Durante a noite, uma cena aconteceu: uma tempestade brutal obrigou-nos a ficar no “spot ” cerca de um mês.
Durante um tempo, Ulisses afastou-se do grupo e foi controlar o espaço.
Enquanto havia “chop-chop”, os manos foram leais à promessa, mas, a certa altura, acabou-se...“finito”. Então, os “brothers” decidiram trair Ulisses quando ele estava fora. Durante sete dias comeram à “fartazana”, até que Ulisses disse:
- Está na hora do “baza”, siga aí continuar a nossa viagem.
Todos contentes, de pança cheia, regressaram ao navio.
Por terem feito essas “cenas maradas”, de trair Ulisses, foram castigados e ficaram todos na “fossa” ; os “brothers” desapareceram no mar, só Ulisses se safou. Ele agarrou-se ao mastro do navio e “bazou” daquela situação.

O “King” foi ter ao “spot” de Ogígia, ilha de Calipso.

texto por Andreia, Beatriz, Luís, Mariana e Patrícia, do 7ºD

* Trabalho em grupo que consistiu numa actualização do episódio "Rebanhos do Sol", do livro estudado em aula: A ODISSEIA, Aventuras de Ulisses, Herói e Navegador da Grécia Antiga, adaptação em prosa do poema de HOMERO, por João de Barros.

03/06/2008

Conto gramatical: VIVA A PONTUAÇÃO!

Um certo dia, num fim de semana indefinido, houve um grande jogo de palavras, em que verbos vinham de todos os nomes do mundo.
Nesse jogo participava a equipa passiva e a activa; os elementos da passiva não continham adjectivos, nem preposições malucas, eram a equipa que continha mais tranquilidade. Enquanto na equipa activa, que era uma equipa bastante agressiva, continha bastantes adjectivos, antónimos e também era batoteira, tendo o Pinto Condicional a subornar os predicados. Durante todo o jogo, a equipa passiva, era prejudicada devido a frases simples causadas pelos predicados, mas mantinha a sua tranquilidade; enquanto a activa mantinha a sua diferença no quadro de palavras. O Pinto Condicional nem se preocupava com o resultado, só queria era ganhar!
Então, de repente, no meio do jogo ouve-se um grito de um dos nomes:
- Ó predicados! Vejam lá se param de apitar ao complemento circunstancial, de modo aos passivos!
Vira-se outro e diz:
– Pois é!
Os predicados começam a ficar indefinidos com os gritos dos nomes; então, em plural, os predicados dizem:
- O jogo está viciado! O Pinto Condicional é um ponto imperativo todo marado!
Depois disto, o jogo foi decidido e a passiva ganhou, e com a sua vitória ganharam a taça Pontuação. E o Pinto Condicional fora acompanhado para a saída pelos agentes da passiva, sendo alvo de adjectivos por todos os nomes presentes. A equipa activa fora punida, mas não severamente, enquanto a passiva mantivera sempre a sua tranquilidade.

Texto por Bruno Oliveira, do 8ºB

02/06/2008

Conto de culinária: RABANADAS

Era uma vez meio litro de leite, oito fatias de pão de forma, seis ovos, seis colheres de sopa de açucar, uma casca de meio limão e dois paus de canela.
O leite e o açucar combinaram juntar-se para irem ferver. A casca de limão e os paus de canela disseram logo:
- Onde vão?!
- Vamos para a panela ferver. Querem vir? - perguntou o leite.
- Vamos!!
Que grande confusão naquela panela. Até arrefecerem, ninguém os ouviu!
Do outro lado do balcão estavam os ovos, a serem batidos pelo seu amigo garfo.
Passado algum tempo, chegou o pão: o rei da receita. Os ovos gritaram em uníssono:
- Pão! Anda ter connosco!
- Esperem...primeiro tenho que tomar um banho de leite...
- Oh! - disseram os ovos, desapontados.
- Mas depois já vou ter convosco.
Depois de já ter tomado banho de leite e de ovos, o pão estava pronto para ser frito.
Saiu do óleo, com uma cor douradinha, e repousou no papel absorvente, de modo a tirar o seu excesso de óleo. E como é muito vaidoso, ainda foi passar-se por uma mistura de açucar e de canela.
As rabanadas estavam prontas!

Texto por João Paulo, do 8ºB

Conto colorido: VERDE

Certo dia, ao passar do guache para a paleta, o amarelo conheceu o azul. Foi contraste à primeira vista. O amarelo, uma cor quente, alegre e divertida; o azul, frio, calmo e arrogante. É óbvio que, pintados na mesma tela, só podiam dar problemas. O azul começou a ocupar o espaço todo, a impingir uma sombra aqui e uma textura acolá, enquanto que o amarelo, indignado, insistiu em fazer um borrão ali e um risco mais acima.
Quem sofria com a disputa era o pobre pincel. Agarrava no amarelo – ou melhor, o amarelo agarrava-se a ele – colocava-o no sítio em que ele pedia e lá ia mergulhar mais uma vez na água do corpo que, muito orgulhosa, se queixava:
- Se ao menos fosse o verde a nadar em mim e não um reles amarelo e azul. Vocês bem se podem chamar cores primárias, mas são mas é cores vulgares! Ainda não vi um único pingo de verde na paleta. Coitado, deve estar muito ocupado…
O pincel, calado, continuava a fazer o seu trabalho e o azul e o amarelo sempre a guerrearem. Às vezes ficavam tão perto que, com o asco de se tocarem, colocavam uma fina linha preta entre eles. No meio disto tudo, a magenta tentava impor a suavidade na composição. Ia dando um abraço ao azul e um beijo ao amarelo para que eles ficassem menos azuis e amarelos, e se dessem melhor. Estes, aterrorizados com a ideia de perderem a sua individualidade, fugiam dela de cada vez que a viam.
Uma vez, em pânico, ficaram tão próximos um do outro que finalmente deram as mãos.
- Ele está cá! Ele está cá! Ai minha Nossa Senhora da Criação, ele está cá! – gritou a água, histérica. As duas cores olharam para o canto da tela em que se tinham misturado: o verde nascera.
O novo protagonista era sensato e dócil. Todos o adoravam e ele, em pouco tempo, dominou a pintura. O azul e o amarelo, ao perderem o impacte visual naquela tela, contentaram-se a ficar na paleta, reformados e orgulhosos da sua junção e a desejar, secretamente, que houvesse muitas mais.

Texto escrito por Joana Dias, do 8ºB